Queria sobretudo falar da relação (muitas vezes inversamente proporcional) entre aquilo que acontece e a percepção do comum dos mortais. Tudo isto a propósito desta imagem.
Reparei nela ontem e achei encantador que se tivesse feito o bonequinho do bicho. Podemos ver a composição genética da gripe: olha aqui está um gene da gripe humana, aqui 2 da saudosa gripe das aves e os porcos, sacanas que vieram dar cabo disto.
Neste cenário, a mim ocorre-me dizer que todos, sentindo-nos impotentes e surpreendidos, precisamos de respostas. Perante uma gripe aparentemente estranha ou outra doença que nos aflige de repente e nos desampara, nós queremos saber porquê e queremos caminhos para seguir.
Este desenho, incompreensível, inofensivo e indiferente, significa a meu ver isso mesmo: um desejo qualquer de materialização do que nos escapa. Como se a gripe tivesse uma cara e, de repente, pudéssemos ver bolas gigantes de Gripe a aproximar-se ou, qual MacGyver, pudéssemos escolher o fio certo a cortar. Lamento, mas nunca acontece.
4 comentários:
Esta visão da gripe faz-me lembrar um famoso porta-chaves dos anos 80, feito de borracha e muito elástico.
Eu diria que um tipo visionário poderia tirar proveito, e fazer bonecos para vender, ou se calhar justificar um revivalismo eighties-porcino
Estou a lert-te! e a rir-me
Se calha não devia rir-me de um assunto tão sérios, mas enfim
acho que temos de nos ir rindo... é inevitável e devemos ser capazes de nos rir de tudo.
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