quinta-feira, 9 de julho de 2009

Mão na boca e areia para os olhos

Só no dia de ontem recebi 4 emails sobre a Gripe A/H1N1/mexicana/suína. Tudo conselhos úteis e relevantes. Todos os dias se ouvem os casos a crescer. A ideia de pandemia cresce, assim como a ideia contra-corrente de que é tudo um esquema mediático das farmacêuticas. Não vou entrar por aí, até porque iria, com certeza, repetir argumentos e chover no molhado sobre um assunto que já está encharcado. A melhor política, parece-me, continua a ser "Eu não acredito em bruxas, mas que as há, há!".

Queria sobretudo falar da relação (muitas vezes inversamente proporcional) entre aquilo que acontece e a percepção do comum dos mortais. Tudo isto a propósito desta imagem.



Reparei nela ontem e achei encantador que se tivesse feito o bonequinho do bicho. Podemos ver a composição genética da gripe: olha aqui está um gene da gripe humana, aqui 2 da saudosa gripe das aves e os porcos, sacanas que vieram dar cabo disto.
Neste cenário, a mim ocorre-me dizer que todos, sentindo-nos impotentes e surpreendidos, precisamos de respostas. Perante uma gripe aparentemente estranha ou outra doença que nos aflige de repente e nos desampara, nós queremos saber porquê e queremos caminhos para seguir.
Este desenho, incompreensível, inofensivo e indiferente, significa a meu ver isso mesmo: um desejo qualquer de materialização do que nos escapa. Como se a gripe tivesse uma cara e, de repente, pudéssemos ver bolas gigantes de Gripe a aproximar-se ou, qual MacGyver, pudéssemos escolher o fio certo a cortar. Lamento, mas nunca acontece.

4 comentários:

Kardo disse...

Esta visão da gripe faz-me lembrar um famoso porta-chaves dos anos 80, feito de borracha e muito elástico.
Eu diria que um tipo visionário poderia tirar proveito, e fazer bonecos para vender, ou se calhar justificar um revivalismo eighties-porcino

ana margarida disse...

Estou a lert-te! e a rir-me

ana margarida disse...

Se calha não devia rir-me de um assunto tão sérios, mas enfim

ana vicente disse...

acho que temos de nos ir rindo... é inevitável e devemos ser capazes de nos rir de tudo.