sábado, 26 de abril de 2008

o cliente que atrai novos clientes

É uma técnica comum em publicidade usar uma figura pública, com relativa notoriedade (afinal depende sempre do produto em causa), para promover um determinado produto/serviço/marca. Às vezes, pode sair furado ou causar mesmo algum embaraço, como por exemplo uma determinada seguradora usar um determinado apresentador de televisão que de repente se torna um dos mais mediáticos suspeitos de um processo escandaloso no país. Eu, pessoalmente, acho também embaraçoso colocar a Catarina Furtado a dançar à volta de umas cadeiras para promover um Banco, mas isso sou eu, que não nutro grande simpatia pela senhora.



Agora, há casos que só podem causar estupefacção. Como por exemplo este anúncio estranho de uma aparentemente conceituada marca de relógios que coloca o Napoleão Bonaparte como seu cliente desde 1798. Por mim, tudo bem, demonstra antiguidade, rigor e com certeza precisão. Afinal o homem andava para aí a conquistar a Europa toda, era bom que o seu relógio estivesse bem certo. Se calhar na batalha de Waterloo, esqueceu-se de dar corda ao relógio e foi o que se viu.




Colocar um senhor Imperador a vender um relógio parece-me um pouco demais, ainda mais quando o homem tinha uma psicose megalómana do piorio. Resultará? pergunto-me eu. Trata-se de uma campanha internacional, como pude verificar no site oficial da dita marca, por isso é coisa para nutrir algum efeito. Será que, ao ver tal anúncio, um homem de negócios sente que está imbuído de alguma especial luz se usar o dito relógio? Será que sente que pertencerá a uma elite especial, feita de sucesso e conquista, se comprar o modelo que o Napoleão usa desde 1798? O impulso é "ai, ai, vou já comprar o relógio do napoleão!"?



Há ainda outras questões curiosas, do género: será que a dita postura do Imperador com o braço era só para mostrar melhor a marca do seu relógio? será que o conquistador da Europa dos inícios do séc.XIX ainda é cliente? e por que é que ele está tão giro no anúncio? Considerações que a campanha deixa escapar, levantando um incontornável debate.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

a maçã com uma trinca

Lá vêm os especialistas outra vez. Desta feita resolveram fazer um inquérito para agarrados das marcas, que culminou naquilo que eles chamam de Brandjunkies Awards. Por mim, tudo bem. Medir o impacto de uma marca na vida das pessoas, da sociedade e da cultura, parece-me um exercício interessante. Eventualmente podemos achar que roça o fútil, mas uma marca como a McDonald's, por exemplo, diz muito sobre a sociedade em que vivemos. 
Aparte isso, a futilidade está, claramente, nos "junkies" que responderam ao inquérito. A Apple aparece no topo de quase todas as respostas, excepto nas perguntas "más", e isso indica apenas uma coisa: os junkies são os tipos dos gadgets, que é como quem diz gostam das coisinhas que a Apple faz. Dos iMacs, dos iPods, dos iPhones, iPoraífora. 
Uma marca como a Apple, fortíssima e impactante obviamente, é ainda assim uma marca para um nicho. O mesmo nicho que provavelmente se interessa por marcas. Se sociólogos tivessem respondido a este inquérito, teria a Apple estes resultados? Não se trata aqui de uma idiotice minha de estar a torcer por outra marca - na verdade pouco me interessa. Trata-se mais de tentar perceber como o contacto de cada um com as marcas é facilmente relativizável ou enquadrável num determinado grupo de gente.  

terça-feira, 1 de abril de 2008

mulher africana

Ainda não tive a revista na minha mão, mas à partida adoro o conceito. "A nova revista para a mulher africana" parece-me um nicho muito improvável, mas isso atrai-me sobremaneira. É um target muito específico, que ganha aqui uma visibilidade rara. Espero, quando vir os conteúdos, não me desiludir. Até lá, estou realmente impressionada.