quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Frescura


Um dos prazeres de trabalhar em Santos é poder ir, à hora de almoço, ao Mercado da Ribeira. A maior parte das bancas já estão fechadas mas, ainda assim, consigo encontrar duas ou três de frutas e legumes e é um verdadeiro prazer.

Os frutos e legumes dos mercados são belos, cheirosos e desformatados. Estão a anos-luz dos frescos dos super e hipermercados, não só em termos de sabor, origem e contexto, mas principalmente por uma questão de alma. Os alhos, pêssegos, pimentos, courgettes e tomates que comprei hoje vieram de algum sítio com terra. Não cresceram numa embalagem com celofane nem apareceram directamente nas prateleiras. Têm sabor porque têm história.
O Mercado da Ribeira tem uma dimensão e um ambiente (principalmente no auge do seu funcionamento, quando está cheio e com todas as bancas a funcionar) que enriquecem ainda mais essa história. Assim vazio, a imponência é menor, mas provoca igualmente a sensação de privilégio e de espaço público, comunitário e alfacinha.
A dimensão de qualquer mercado é universal e intemporal. Comprar num mercado dá um prazer que nos aproxima mais da humanidade, é um acto quente e pessoal, em vez de frio e indiferenciado.
E o prazer da frescura dos alimentos é insubstituível. Na cidade, no campo, no grande Mercado da Ribeira em Lisboa, ou no pequeno mercado de Vila do Bispo, ficamos com produtos melhores quando voltamos para casa.

1 comentário:

asimoes disse...

tem graça! vendo os produtos da minha quinta para a tia alice que vende no mercado da ribeira!
é fruta sem químicos menina!