segunda-feira, 1 de junho de 2009

Mudam-se os tempos, mudam-se os meios

A capa da revista New Yorker apresentou uma pintura/ilustração de um designer e ilustrador português, Jorge Colombo. A grande inovação da dita é ter sido feita num iPhone e, neste vídeo, podemos ver a evolução da obra. Ficamos com a sensação da facilidade táctil e da fluidez desta aplicação artística, captando a beleza da construção do processo criativo. 

Desde tempos imemoriais que a humanidade se expressa artisticamente ou, se preferirmos, conceptualmente. Usou de tudo para o fazer. Evolui nos seus materiais, ao mesmo tempo que fez grandes rupturas conceptuais e ideológicas sobre o valor da arte. Manteve-se a mesma necessidade, a mesma vontade.

Ao olhar para este vídeo, nada temo. Pelo contrário, esta capa é uma representação de uma certa democratização da arte. Da apropriação sem pudor dos meios que temos ao nosso dispor para nos expressarmos. Só não é uma utopia, porque é uma aplicação para um equipamento caro de uma marca gigante. Mas, ainda assim, dá um certo conforto imaginar que há limites a serem ultrapassados. Nomeadamente, os limites e as regras dos agentes que balizam o que é artístico ou com potencial de sucesso para as "massas". 

Na música, no cinema e, agora, até na pintura, passa a haver outro tipo de decisores para além das editoras, dos produtores e dos curadores. Há um livre-trânsito que faz muita gente destacar-se. A arte não deve ser banal, mas deve estar banalizada, ao alcance de quem a quer e de quem a faz. 

Em outras questões, as novas tecnologias assustam-se um pouco. Quando as vejo assim aplicadas, o medo desaparece um bocadinho. Porque, ao contrário de jogos, chats, etc., aqui a tecnologia não limita, antes potencializa uma grande expansão, individual e colectiva.


1 comentário:

asimoes disse...

muito bom banalizar, democratizar a arte, a expressão!