quarta-feira, 24 de junho de 2009

o valor social da coisa

Um dos dilemas persistentes neste meio, ou pelo menos nalgumas pessoas (pronto, em mim), é o valor social da comunicação, o seu contributo para a sociedade. O design não vai salvar o mundo, como diz a imagem aqui do lado, mas pode dar um jeitinho ou, pelo contrário, estragar tudo.

Aprendi a viver com isso e, nos entretantos, vou encontrando formas de colocar esta especialização da comunicação a favor de valores positivos para a sociedade. Quem somos define o que fazemos e, por isso, uma parte de nós também é definida pelo que fazemos. Manter essa dialéctica em equilíbrio é uma luta constante da qual nem sempre temos consciência.

Ter noção do que se transmite e do impacto que pode criar nos outros é um passo decisivo para podermos contribuir subtilmente para mudanças sociais e de mentalidades ou, pelo menos, não ajudar a manter códigos negativos.

Dentro desta reflexão, há no entanto momentos na profissão Comunicação em que podemos mesmo ajudar a uma sociedade melhor. Quando o cliente é uma organização com objectivos sociais, é como se finalmente estivéssemos do lado certo e, em vez dos sabonetes, podemos "vender" causas.

A Osocio é uma organização que promove publicidade social e campanhas não-lucrativas a nível internacional. Lançou recentemente uma campanha para publicitários, promovendo isso mesmo, provocando-os a envolverem-se em causas da forma mais eficaz que têm ao seu dispor: a sua ferramenta de trabalho. A campanha, muito bem esgalhada, pega numa característica infelizmente comum neste meio, a vaidade e uma certa snobeira, comparando os prémios que se ganham a causas realmente importantes.

É também por isso que, às vezes só às vezes, esta profissão é apaixonante. Não só pelo que podemos comunicar, mas também pela faísca da ideia - aquele momento em que encontramos uma forma realmente boa de fazer passar uma mensagem, mas isso já é outra história.




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