sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

um livro sussurro

Todos (ou não) sabemos como ler um livro se tornou uma conquista. A coisa deve-se principalmente àquilo que se convencionou chamar estilo de vida. Por isso, não há muito a acrescentar para além do lugar comum. Não temos tempo e, quando temos, não possuímos energia e, quando possuímos energia, preferimos dedicá-la a outra coisa. As frases repetem-se: só leio nas férias, nunca mais li, etc. Salvam-se as pessoas que não têm televisão ou que andam de transportes públicos.
Saltando a generalização vamos ao que interessa: a minha última conquista - que é como quem diz o meu último livro - Melodia ao anoitecer, de Siddharth Dhanvant Shanghvi.
Sim, é indiano, trazendo consigo por isso uma magia e uma sensualidade dificilmente imitáveis. Pungente, com uma história trágica, dramática e avassaladora, manda-nos com uma filosofia de vida de serenidade e aceitação verdadeiramente desejáveis. Porque toda a inquietação gerada exige uma resolução e a única possível é mesmo a da aceitação. A tristeza, a doçura, o encantamento e o amor, revistos à luz de uma verdade em crescimento.
De tal modo este livro me encantou que houve, pelo menos, dois momentos em que tive de parar. Parar de lê-lo durante uma larga temporada. Há coisas que têm uma brutalidade difícil de suportar até em livro. E, quando estão escritas assim, até podem ser ficção, mas não são estatística.


Este livro é fascinante.


P.S: e está à venda por 5 euros. Incrível.

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