
Os pais católicos, os professores conservadores e a Igreja insurgem-se é claro. Isto agora de estar a ensinar sobre sexo colaborando para práticas masturbatórias e incluindo até o uso de objectos eróticos nas aulinhas é demais para aguentar. Imagino que devem estar a pensar: quando é que vão parar de atentar contra a moral? Quando nos deixarão em paz com as ignorâncias e silêncios dos nossos filhos? Deixá-los, pensarão os decisores bem mais progressistas, tão pouco assustados.
Dizem-se orgulhosos de estarem a fomentar a masturbação e, nessa clareza e objectividade, são absolutamente progressistas. Enquanto noutros tempos ou noutros locais se tentaria mascarar esse objectivo para não chocar, para não "fracturar", hoje em Espanha assume-se. Assume-se, entre muitas outras coisas, que a masturbação não é um acto sujo, perigoso, pecaminoso, mas sim um acto que propicia uma vida sexual mais completa, mais consciente e mais conhecedora. Assume-se que é um acto bom. Abordar a sexualidade desta forma global, tratando de afectos, "técnicas" e complicações de saúde, é uma forma nova e equilibrada de encarar este tema, tão intrínseco à condição humana.
O que acho mais extraordinário em Espanha é que estas pessoas não têm medo nem pudor em afirmar as suas convicções, mesmo aquelas com que não concordo. Nesse aspecto, é extremamente admirável.
Não ter medo. ou vencê-lo, é a maior das liberdades.
É bom pensarmos que também podemos ser assim. Um bom exemplo é dado hoje por Miguel Vale de Almeida, em entrevista.
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