
Este fim-de-semana, fui à Feira de Santiago, em Setúbal, e deu-me para reviver as noites passadas na Feira Popular, desde pequena até à primeira adolescência, para em adulta voltar pontualmente.
A Feira de Santiago tem uma feira popular lá dentro e muito mais. Carrosséis, carrinhos de choque, tiro ao alvo e toda a animação em néon que me lembrava, mas também concertos, roupa para vender, carros em exposição, gastronomia, exposições e sei lá mais. Farturas, churros, algodão doce, pipocas, mulheres e homens em cima de balcões a gritarem aos microfones, música romântica e choco frito fazem a verdadeira cultura popular a vibrar (aos gritos mesmo) naquela Feira. Uma verdadeira festa que me encheu os olhos, me inchou os pés e inundou-me de nostalgia.
De tal modo, que deu-me para andar num dragão (acho que estava na Feira Popular de Lisboa) e sair de lá zonza e a julgar-me velha demais para aquela velocidade. Mas, na verdade, gritei em plenos pulmões e diverti-me feita parva.
Para além das peripécias animadas da noite, interessa mais partilhar a questão da sabotagem ao popularucho. Não falo da tradição e do espírito popular, que são protegidos na óptica do foclore e das tradições culturais. Falo mesmo da sobranceria face a locais como a Feira Popular, que, numa óptica global de cultura sofisticada e paternalista, se tornam factores dispensáveis e até grotescos.
A verdade é que Lisboa precisa da Feira Popular de volta. É como uma festa de Verão de aldeia, em Lisboa. Sim, há algo de profundamente chungoso e pimba em toda a parafernália, mas a verdade é que nos divertimos como idiotas. Idiotas felizes, bem-humorados e profundamente alegres por podermos voltar a brincar.
Eu quero o meu parque de diversões de volta, como sempre foi. Democratizado, livre, luminoso e cromado, pindérico e com feirantes e, já agora, com o poço da morte.
Até voltar, terei de continuar a ir a Setúbal procurar a minha festa de aldeia na cidade. Lisboa deve estar a ficar snob.

2 comentários:
Como o Vitórrria,tu não és grrrande, és enorrrrrme!
Em nome desta cidade que me fez sua, obrrrigada pela homenagem!
eh pá, quero a feira popular em Lx e fico imensamente contente por haver uma tão perto, em setubal!
adoro carroceis
aqui em luanda tb os há, mas tenho mto mto medo
Enviar um comentário