segunda-feira, 3 de agosto de 2009

verdadeiramente popular

Há uns tempos atrás, integrada na campanha protagonizada pelo Bruno Nogueira, uma conhecida marca de cervejas portuguesa, aludiu ao assunto "Feira Popular". Foi para onde? Volta? Por que se foi sem deixar rasto e ninguém nos dá satisfações? Onde andam as diversões e a montanha russa quando não há festivais de Verão? E por aí fora...



Este fim-de-semana, fui à Feira de Santiago, em Setúbal, e deu-me para reviver as noites passadas na Feira Popular, desde pequena até à primeira adolescência, para em adulta voltar pontualmente.
A Feira de Santiago tem uma feira popular lá dentro e muito mais. Carrosséis, carrinhos de choque, tiro ao alvo e toda a animação em néon que me lembrava, mas também concertos, roupa para vender, carros em exposição, gastronomia, exposições e sei lá mais. Farturas, churros, algodão doce, pipocas, mulheres e homens em cima de balcões a gritarem aos microfones, música romântica e choco frito fazem a verdadeira cultura popular a vibrar (aos gritos mesmo) naquela Feira. Uma verdadeira festa que me encheu os olhos, me inchou os pés e inundou-me de nostalgia.
De tal modo, que deu-me para andar num dragão (acho que estava na Feira Popular de Lisboa) e sair de lá zonza e a julgar-me velha demais para aquela velocidade. Mas, na verdade, gritei em plenos pulmões e diverti-me feita parva.
Para além das peripécias animadas da noite, interessa mais partilhar a questão da sabotagem ao popularucho. Não falo da tradição e do espírito popular, que são protegidos na óptica do foclore e das tradições culturais. Falo mesmo da sobranceria face a locais como a Feira Popular, que, numa óptica global de cultura sofisticada e paternalista, se tornam factores dispensáveis e até grotescos.
A verdade é que Lisboa precisa da Feira Popular de volta. É como uma festa de Verão de aldeia, em Lisboa. Sim, há algo de profundamente chungoso e pimba em toda a parafernália, mas a verdade é que nos divertimos como idiotas. Idiotas felizes, bem-humorados e profundamente alegres por podermos voltar a brincar.
Eu quero o meu parque de diversões de volta, como sempre foi. Democratizado, livre, luminoso e cromado, pindérico e com feirantes e, já agora, com o poço da morte.
Até voltar, terei de continuar a ir a Setúbal procurar a minha festa de aldeia na cidade. Lisboa deve estar a ficar snob.

2 comentários:

joana disse...

Como o Vitórrria,tu não és grrrande, és enorrrrrme!
Em nome desta cidade que me fez sua, obrrrigada pela homenagem!

asimoes disse...

eh pá, quero a feira popular em Lx e fico imensamente contente por haver uma tão perto, em setubal!

adoro carroceis

aqui em luanda tb os há, mas tenho mto mto medo