terça-feira, 4 de agosto de 2009

campanhas

Isto é chão que ainda vai dar muita uva, mas já há tanto por onde pegar que não posso ficar indiferente.
A campanha política de 2009 continua, agora na 2ª e 3ª fases (legislativas e autárquicas) e os cartazes não cessam de surpreender. Comecemos pelo partido anti-ideologia, o da senhora mal encarada, que se intitula social-democrata. Depois de um período de convocatória aos portugueses, eis que chegam os resultados: grandes tiradas desprovidas de sentido, como podemos constatar nos 4 (quatro!) cartazes que têm. Devem ter sido 4 (quatro!) portugueses que "não desistiram" e ligaram para a Dôtora.


"Olhem por quem mais precisa", "Prometam o que podem cumprir", e outras duas frases muito interessantes são o resultado dessa grande audição aos portugueses. Os senhores do marketing da política de verdade acharam que isto pode distrair as pessoas da falta de ideologia do partido, que também chama a atenção para a pessoa líder, que não tem muitos factores positivos a seu favor (e não estou a falar de atributos físicos). Assim, pode ser que os eleitores se sintam identificados com a mensagem (quem não se identificaria com tais lugares comuns vazios?).
Para atestar esta falta de ideologia, podemos ver esse grande cartaz da Juventude desse partido vazio de ideias, mas cheio de vontade. Está mesmo à entrada da Ponte 25 de Abril (aquela que deu polémica no tempo em que o PR era PM e esta senhora ministra da educação). Vejam como é bonito.


Que mensagem espectacular para contagiar a juventude para a acção cívica e política. 'Bora lá fazer coisas giras, pá, nestas coisas da política.
Enfim, é este o grande partido a par do outro.
Por falar em outro, que dizer daquela grande ideia publicitária que resultou muito mal? O homem, o nosso PM, no meio da bandeira portuguesa e estão pessoas à volta. Simbologia poderosa: ele está no centro de Portugal, no meio das pessoas, que o apoiam, que nele confiam. Bonito. O resultado ficou... hã... esquisito. É impressão minha ou as mulheres que estão à volta dele querem levá-lo consigo e fazerem-lhe festinhas? Há mais que admiração política naquele olhar... há uma espécie de veneração sexual.


Para não atacar só os grandes porque os pequeninos também têm direito, que dizer sobre os novos cartazes daquele partido de direita que, sempre que achamos que o portinhas vai sair, ele regressa com os dentes mais brancos? Poderá haver mensagem mais demagógica? "Acha normal os criminosos terem mais direitos que os polícias?" e outras frases do género, que envergonham como uma primeira página do 24 horas. Lamento não ter encontrado imagens para mostrar, mas estes ainda não estão muito actualizados cibernauticamente. De qualquer modo, encontrei esta fenomenal, que sublinha este espírito sofredor do pequeno partido, somos tão bons e temos ideias tão certas, por que não votam em nós? Não gostam da gente? Somos tão certinhos, com os nossos penteados e gravatas. Por que não gostam? Vejam lá se não parece uma avózinha querida.



Falta falar do PCP e do Bloco. Mas a verdade é que os cartazes do PC são sempre iguais. Aquilo precisa de um lifting tão grande como a estrutura - valha-nos o Jerónimo para manter a força. Quanto ao Bloco, queríamos ver a Joana Amaral Dias no cartaz, mas já está decidido que não entra na lista. Tirando isso, são com certeza os mais originais nos seus cartazes, fazem publicidade a fazer de política, tal como o PC, e não publicidade publicitária, como os 3 de que falei antes.
Seja como for, eu não aguento mais. Gostava de voltar a ver publicidade em outdoors. Já não aguento estas caras e estas frases e esta hipocrisia bem falante com um layout correcto.
No final de tudo isto, há uma coisa que me posso regozijar: a Laurinda Alves já ficou pelo caminho. Saber que não vou ver a cara dela numa escala gigante dá-me alguma tranquilidade. Não ter de ver as fuças do espírito agridoce do moralismo misericordioso, do assistencialismo castrador, da esperança das coisas arrumadas em etiquetas com flores, assemelhando-se a guetos com portas cheias de malmequeres e passarinhos.
Chegue Setembro depressa. E depois Outubro. Mais um bocadinho e estamos no Natal e eu posso pedir como presente o fim do comício impresso em larga escala.

8 comentários:

Sandera disse...

A miúda que está deslumbrada ao lado do Sócrates não faz lembrar a Katie Holmes assim pro gordinha?
Foi a minha irmã quem mo disse e agora já não consigo não a ver lá ;-.)

Sandera disse...

não é irmã gemea mas podiam ser primas

http://www.topnews.in/usa/files/katie-holmes-Broadway-Debut.jpg

;-.)

Kardo disse...

A Manuela Ferreira Leite está mesmo a precisar de muita coisa no ámbito político, mais uma coisa é certa: levem-na de urgência para um assessor de imagem e um bom fotógrafo!

É que acho que a única coisa certa neste cartaz é o copy: "OLHEM POR QUEM MAIS PRECISA" e de imediato olhamos para ela. Será que as pessoas podem se identificar com essa senhora?

Miss Marvel disse...

a Manela é tipo a mulher do okteleseguro (a Marta) só que em assustador, versão tipo o boneco Chucky, o boneco assassino... :)

asimoes disse...

sem dúvida que é a katie holmes! estas mensagens sub-liminares sobre missões impossíveis! ;D

a laurinda alves é qq coisa de badsijdhqoweuihqkjdn,
e o cartaz do portas é sinistro, com os dentes semi-serrados
(votem em mim ou saltem-me a tampa)

joana disse...

O que eu já me ri com este teu post! Mas na parte da Laurinda Alves,então, não me consegui controlar. Esqueceste-te só de citar a frase do ano na sua entrevista à Cavaca - "Diga-me, como é ser tão amada?"

ana vicente disse...

sim... talvez seja mesmo a pergunta do ano. Essa senhora exija um post inteirinho (ou uma série especial), mas por agora já fico satisfeita em desenhar-lhe bigodinhos de hitler nas fotografias de jornais.

fumante disse...

Fazes uma análise tão real que já podias substituir o Nuno Rogeiro e comentadores afins...
Já repararam também que ao lado do Sócrates só estão mulheres? das duas uma: ou o homem quer provar alguma coisa aos outros ou então é uma descriminação aos homens deste país. Sim, porque ninguém pode sentir que o Sócrates, isolado, representa a classe dos homens.