quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

mudar

Já está no ar (em mupis e na tv) a campanha da ILGA que se foca na questão da homossexualidade na paternidade e maternidade.
Vi primeiro o mupi e agradou-me o levantar da questão. "Se a tua mãe fosse lésbica, mudava alguma coisa?". É uma pergunta, exige uma resposta. De forma imediata, diríamos sim, não, talvez. Mas o melhor de tudo é que a pergunta está feita de um modo que exige o essencial. Podia mudar tudo, mas não mudaria o essencial. Nem o amor, nem a dádiva, nem o compromisso.




Acho fantástico que haja uma campanha (pro bono e bem feita pela Lowe) sobre este tema. Mas o que acho ainda mais notável é que seja uma campanha envolvente e não afirmativa, que seja inclusiva e não exclusiva. Todos podemos rever-nos neste registo.
Obviamente que há outra tónica dominante: o conceito inverte o habitual. E nisso o spot de tv é realmente eficaz, criando um desfecho inesperado para a maior parte do público.



Pessoalmente, acho que esta dimensão familiar é fundamental para reenquadrar a questão, libertando-nos de certos vícios que uma sociedade normalizada impõe, mas que também um certo activismo propõe. Gosto deste activismo, acho-o honesto, acho-o integrador, acho-o generoso para aqueles que nos rodeiam, que nos amam, para nós próprios.

Parabéns ILGA (obviamente por tudo) e Lowe (pelo que não é óbvio no pro bono).

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