sexta-feira, 29 de maio de 2009

invisível pelos olhos adentro

Chamar a atenção das pessoas para problemas graves nas nossas sociedades não é nada fácil. Muitas vezes, as pessoas, os portugueses sobretudo, compadecem-se com situações particulares trágicas (veja-se o caso recente da menina russa), mas dificilmente são capazes de agir civicamente sobre o problema estrutural. 

Uma acção e uma consciência que determinem mudanças de mentalidade e de quadro social são bem mais difíceis de arrancar. 

Esta campanha da Australian Childhood Foundation vai directa à rua e às pessoas, impactando-as no seu quotidiano, atirando-lhes o problema pelos olhos adentro.

Parece-me que esta é a única forma de abanar a estrutura das pessoas, por instantes, permitindo uma mudança naquilo que são em sociedade e no que podem fazer. Pelo menos, sensibilizá-las para que arrastem outras, para que vivam essa consciência de um modo que influencie outros.

Tal como pode ver-se na imagem, colocaram um manequim do tamanho de uma criança atrás de um cartaz colado à parede. Para se ver algumas das reacções das pessoas e saber mais, espreite-se aqui o filme.



quarta-feira, 27 de maio de 2009

Paixão pela cidade

Há demasiado tempo que nos roubam o Terreiro do Paço. Parece que há gerações que não estamos reconciliados com essa porta da cidade. Há pouco tempo devolveram-nos o Cais das Colunas, para depois nos arrancarem o resto da Praça, devido às obras. 
Não tenho nada contra as obras. Mas quero vê-las por trás das costas. 

Agora vem a público o novo projecto para o Terreiro do Paço, de autoria do Arquitecto Bruno Soares (ler entrevista), que nos ilumina uma nova possibilidade. 

Não estamos ainda em condições de abraçar e viver a Praça. Estamos apenas em condições de contemplar esta ideia, de antecipar a sua vivência, de contemplar a sua imagem e de imaginar o seu potencial.

É isso também que faz a vida de uma cidade, a meu ver. A sua imagem é feita das sensações vividas e das expectativas sonhadas. Lisboa, neste momento, é mais que os jacarandás que vejo agora na janela e o eléctrico que ouço passar. É também tudo o que desejo dela neste momento. Uma esplanada à beira-rio, um passeio no Chiado, um momento sentada na relva à sombra com os pés descalços. As relações que estabelecemos com as nossas cidades (sim, pode ser mais que uma), com os nossos lugares, baseiam-se nessa imagem sonhada que desperta sensações conhecidas.

Por isso, gosto à partida deste projecto. Porque me faz viver, por antecipação, a esperança de ali estar. E havemos de lá estar.




terça-feira, 26 de maio de 2009

Prata da casa

Ideias destas nunca vão para o caixote. No máximo vão para uma gaveta. 

Ou  servem para fazer sucesso nas Offfs da vida. 

Mas melhor ainda, testam a perseverança e a vontade de fazer. Na Musa, parece que essas nunca se esgotam. 

Além do trabalho apresentado, gosto principalmente da ideia do vídeo. A de que os erros, os falhanços nos levam sempre para outros sítios. Que, quando doem, mesmo assim, podem dar-nos sementes de aprendizagem. Além disso, é inevitável reconhecermos como a argumentação para uma "rejeição" é inconstante e incoerente, podendo igualmente ser usada como argumento de aprovação. 

Em tempos de crise, dá gosto ver. 

Parabéns aos meus queridos musaólicos da vida.
 

MusaWorkLab™ OFFF Presentation from MusaWorkLab on Vimeo.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Mostra o cartão

A verdade é que o cartão de visita pode ser mesmo um cartão de visita, ou seja ser uma apresentação diferenciadora de uma empresa. Aqui vão duas boas ideias que mostram como um simples cartão de visita pode ser totalmente disruptivo e falar mesmo por alguém. 
Cliquem nas imagens para ver a ideia e o resultado.


O cartão carimbo é um daqueles passos ousados que poucos têm a coragem de levar até ao fim. Parece ser uma daquelas ideias brilhantes, que no final vão ser chumbadas por "as pessoas não estarem preparadas". Pelos vistos, está-se a fazer, estejam ou não preparadas. O mundo agradece e a comunicação também. 
Mesmo que não dê muito jeito ter um cartão de visita que é a tampa de um iogurte, a verdade é que o cliente não o vai esquecer tão cedo.




Embora não seja tão giro, tem o mesmo carácter de ideia "nunca ninguém vai aprovar isto", mas foi. Passa de imediato a mensagem daquilo que fazem. E consegue manter uma atitude positiva e sustentável de reutilização, contra o desperdício. 

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Abrir de mansinho


Como quem não quer a coisa e quase sem fazer barulho, vou voltar a entrar na blogosfera. Até ver...

Suavezinho, a deslizar, sem barulhos, como um roupeiro do Ikea, com portas deslizantes.