Agora, há casos que só podem causar estupefacção. Como por exemplo este anúncio estranho de uma aparentemente conceituada marca de relógios que coloca o Napoleão Bonaparte como seu cliente desde 1798. Por mim, tudo bem, demonstra antiguidade, rigor e com certeza precisão. Afinal o homem andava para aí a conquistar a Europa toda, era bom que o seu relógio estivesse bem certo. Se calhar na batalha de Waterloo, esqueceu-se de dar corda ao relógio e foi o que se viu.

Colocar um senhor Imperador a vender um relógio parece-me um pouco demais, ainda mais quando o homem tinha uma psicose megalómana do piorio. Resultará? pergunto-me eu. Trata-se de uma campanha internacional, como pude verificar no site oficial da dita marca, por isso é coisa para nutrir algum efeito. Será que, ao ver tal anúncio, um homem de negócios sente que está imbuído de alguma especial luz se usar o dito relógio? Será que sente que pertencerá a uma elite especial, feita de sucesso e conquista, se comprar o modelo que o Napoleão usa desde 1798? O impulso é "ai, ai, vou já comprar o relógio do napoleão!"?
Há ainda outras questões curiosas, do género: será que a dita postura do Imperador com o braço era só para mostrar melhor a marca do seu relógio? será que o conquistador da Europa dos inícios do séc.XIX ainda é cliente? e por que é que ele está tão giro no anúncio? Considerações que a campanha deixa escapar, levantando um incontornável debate.
Sem comentários:
Enviar um comentário